Bolsa de residência médica: é o suficiente para se manter?

A bolsa de residência médica é um auxílio pago pelo Ministério da Educação. Este auxílio não pode ser chamado de salário, porque o residente não possui nenhum vínculo empregatício com a instituição ou o hospital. 

O valor bruto atual da bolsa é R $3.330,46 por 60 horas semanais. Porém, o médico residente contribui com 11% desse salário para a previdência. Isso significa que o valor líquido da bolsa vai sair R $2.964, 13.

No entanto, este percentual sobe para 20% sempre que o hospital for uma entidade beneficente de assistência social, certificado pelo Ministério da Saúde.

Por isso, o valor da bolsa pode mudar um pouco de acordo com cada instituição.

Mas e aí, esse valor da bolsa é o suficiente para se manter durante o período da residência médica?

Na grande maioria das vezes, não, pessoal! 

Se você for fazer residência, principalmente em cidades e centros maiores, o custo de vida geralmente acaba sendo maior do que o auxílio que a bolsa oferece. Mas claro, isso depende de vários fatores e varia de pessoa para pessoa.

Mas então, como se manter financeiramente durante a residência médica?

1- Quanto custa se manter na residência?

Os custos durante a residência dependem de muitos fatores, como a fase da vida que você se encontra, a realidade que você vive, se você mora em centros maiores ou menores, mora com os pais ou não, dentre outras coisas.

Nenhum desses fatores é melhor ou pior, galera, mas precisam ser levados em conta na hora de colocar no papel quanto vai sair seu custo de vida durante a residência.

Como exemplo, vamos detalhar os gastos de um residente que mora em São Paulo (lembrando que em São Paulo o custo para se manter é muito mais alto do que vários outros lugares): 

– Aluguel em São Paulo: R$  3.000,00 a 3.500,00.

– Uber: R$ 500 (dependendo da distância até o hospital).

– Carro: R$1.000 (com custos adicionais de manutenção, IPVA, possíveis multas e etc).

– Água, luz, internet, celular: R$ 300.

– Alimentação/lazer: R$ 2.000.

Isso significa que dependendo do local que você irá fazer a sua residência médica, o valor líquido da bolsa poderá não ser o suficiente para se manter neste período.

2- Como reduzir os custos?

Primeiro de tudo, lembre-se que este corte de gastos não precisa ser totalmente em despesas relacionadas ao seu lazer, já que priorizar a saúde mental também é muito importante neste período de residência médica.

Morar perto do hospital, dividir apartamento com alguém e optar por andar de Uber caso a distância não seja muito longa da sua residência são algumas opções que podem te auxiliar na diminuição das despesas totais.

Organize as suas finanças

Organizar as finanças é fundamental para dimensionar quanto você realmente custa.

Fazendo isso, é possível visualizar aqueles pequenos gastos que no final do mês acabam somando muito, quais são as suas despesas fixas e variáveis e como é possível gastar de uma maneira melhor o seu dinheiro.

Aqui no blog nós temos um texto para te ajudar nisso: Inteligência Financeira na Medicina: começando do 0. Não deixe de dar uma conferida lá!

Não aumente muito o custo de vida durante a residência médica

Durante a residência médica não é o melhor momento de aumentar muito o custo de vida.

Por isso, pense muito bem antes de fazer uma viagem muito cara, investir em um imóvel ou em um carro de alto valor que te gere muitas despesas. 

Como vocês viram antes, sem estas despesas extras o custo de vida geralmente passa do valor da bolsa de residência, imagina com dívidas, não é mesmo?

3- Como conseguir renda extra? 

– Plantões:

Uma das formas de conseguir renda extra além da bolsa de residência médica é com plantões. Porém, a quantidade de plantões que você irá conseguir fazer dependerá do ano de residência e também da especialidade que você está fazendo.

Por isso, é bom você se organizar com a balança: despesas x bolsa + quantidade de plantões para saber exatamente quantos plantões irá precisar para cobrir os custos extras se for o caso.

Mas não esqueça: tente sempre variar os locais dos plantões, tendo pelo menos 2 locais diferentes de trabalho. Muitas vezes os hospitais atrasam os salários e lá no final do mês a conta pode não fechar caso isso aconteça.

– Escrever conteúdo para páginas médicas/ comentar questões de residência:

Uma opção extra além dos plantões que muitos médicos acabam não lembrando é poder trabalhar da própria casa com conteúdo para páginas médicas ou com comentários para questões de residência médica.

Vale a pena procurar, né?

– Fazer uma reserva antes de entrar na residência:

Trabalhar 1 ou 2 anos antes de fazer residência médica também é uma boa opção para conseguir fazer uma reserva e se manter posteriormente.

4- Por fim, vale a pena fazer residência médica?

Sem dúvida alguma, pessoal!

Embora o valor da bolsa na maior parte das vezes não seja o suficiente para se manter durante este período, existem formas de otimizar estas despesas e conseguir se manter durante a residência médica.

Afinal, o aprendizado que você terá nestes anos será a maior recompensa de todo este esforço!

Até a próxima!

Marília Damo 

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